Organização de Empresa Familiar
Na empresa familiar, não temos preparação dos herdeiros visando capacitá-los e profissionalizá-los, adiam-se solução de conflitos familiares.
Sem uma boa estrutura organizacional, a pouca ou nenhuma organização da empresa familiar, dificilmente irá permitir se alcançar a plenitude na gestão empresarial.
Problemas encontrados na Organização da Empresa Familiar
Baixo Nível de Motivação dos Funcionários e Lideranças |
Os gestores não valorizam políticas motivacionais e nada fazem para mudar o clima organizacional, tornar o ambiente mais agradável para todos seus colaboradores. |
Ausência de Política de RH e Plano de Carreira |
Processo de Avaliação de Desempenho Individual inexistente.
Este auxilia no (PPR) – Programa de Participação nos Resultados |
Efeitos das Políticas Econômicas ou Fatores Externos do Mercado e Concorrência |
A empresa não se preparou para mudanças fortes nas políticas econômicas e fatores externos e perde a competitividade muito rapidamente, quando os cenários mudam. |
Estoques Excessivos ou Insuficientes |
Os estoques são mal gerenciados, sejam no mix ou na rotação, gerando simultaneamente falta de alguns itens e encalhe de outros e como conseqüência até mesmo faltando caixa para repor em algumas ocasiões. |
Falta de Sistemas de Informações Gerencias (SIG) e Indicadores de Desempenho / Resultados em todas as Áreas |
Existem muitos dados em papéis diversos ou planilhas, mas não configuram relatórios com análise mais precisa de KPI’s e um SIG que permita dar suporte às decisões, muitas vezes feitas com base no poder, na força do dirigente perante os pares e família. |
Lideranças (Chefias / Gerentes / Diretores) Mal Preparados |
As lideranças, algumas com grande vivência prática, são “doutores nos seus afazeres”, menosprezando idéias de colaboradores novos na empresa ou colegas de outros setores, defendendo seus “feudos” com unhas e dentes e até manobras de bastidores. |
Mão-de-Obra Operacional sem Formação Educacional |
As reposições e aquisições de mão-de-obra são feitas por indicações, sem um critério de seleção mais apurado e não há crescimento dos níveis educacionais na empresa, nivelando-se por baixo. |
Mão-De-Obra Sem Vivência Técnica ou Treinamento |
A vivência da mão-de-obra é toda prática, fundamentada em conhecimentos empíricos ou aprendidos no dia-a-dia com os mais antigos, seus vícios operacionais e conceituais, com forte resistência a novidades. |
Problemas Característicos das Empresas Familiares nos Processos de Liderança ou Sucessão |
Não ocorre preparação dos herdeiros e familiares visando capacitá-los e profissionaliza-los para uma sucessão com melhores possibilidades de sucesso, adiam-se solução de conflitos familiares, empurram-se decisões. |
Conflito nos Negócios Familiares
Quando o empreendedor cria o seu negócio, seja individualmente ou com membros da família, idealista, coloca a mão na massa, corre atrás dos insumos, alonga horários, minimiza eventuais problemas e discussões na equipe, faz tudo que pode e até mais para buscar resultados.
Aí, por um empurrão da economia ou talento natural do empreendedor, a empresa começa a crescer, ganhar musculatura nas vendas e movimento, ele já não consegue acompanhar tudo com os olhos, entram novos colaboradores, passa a necessitar de maior controle das entradas e saídas de dinheiro, tem que organizar uma logística de recebimentos e entregas de material, delegar atribuições, ter responsáveis por tarefas.
É nesse momento, que muitos procuram ajuda de uma consultoria empresarial, que vai realizar um diagnóstico empresarial, para analisar eventuais problemas operacionais, de informações, de comunicação, de controle dos resultados e com base nisso, elaborar soluções em vários segmentos, tais como:
- Organizacional– organograma, funções;
- Comercial– controle metas e vendas;
- Financeiro– controle das entradas e saídas de dinheiro e resultados;
- Custos– controle dos custos e formação adequada do preço de venda;
- Industrial– reduzir os lead time e ganhar produtividade;
- Qualidade– eliminar as não conformidades;
- Informática– customizar relatórios para se ter uma boa Gestão Empresarial;
- Logística– ajustar processos.
Se o negócio é uma Empresa Familiar, e isto se caracteriza quando há mais de 2 pessoas da família, na propriedade ou na gestão, ele começa a se defrontar com algumas situações típicas, como :
- Colocar na empresa pessoas da família, que depois vai ter dificuldade em demitir
- Misturar o caixa da empresa com o caixa pessoal
- Tratamento diferenciado entre familiares e não familiares quanto a horários, saídas, uso de veículos da empresa e até instalações
De forma geral, o fato de um familiar trabalhar na empresa, pode gerar questões do tipo:
- Quais cuidados precisam ser tomados pela colocação de um familiar no negócio ?
- Quais são as consequências de uma inserção não planejada do herdeiro ou parente na empresa ?
- Como fica a questão da avaliação da performance dos familiares que atuam na empresa ? Como garantir a isenção ?
- Em caso de demissão ? será uma decisão fácil ?
Em nossas pesquisas, com herdeiros (patrimônio) e sucessores (gestão), ouvimos comentários que TRABALHAR NA EMPRESA DA FAMÍLIA É BOM PORQUE:
- “posso construir algo que é meu”;
- “honro o que me foi legado”;
- “há proximidade com os empreendedores fundadores”;
- “ posso ter uma melhor noção do que é de fato o negócio da família”;
- -“não preciso começar do zero”..
E também que TRABALHAR COM A FAMÍLIA NÃO É BOM, PORQUE:
- “tenho que carregar a imagem das minhas ações inadequadas na empresa e fora da empresa”;
- “posso ser visto como alguém “ingrato”, que decepcionou a família, caso não dê certo”;
- “posso não corresponder às expectativas e pressões da família, dos funcionários e às minhas próprias”;
- “posso ser pressionado para manter um modelo que não criei ou de que não gosto”;
- “quem só trabalhou na empresa da família leva desvantagem se precisar ir para o mercado de trabalho”.
Alguns dos Principais Conflitos e seus Reflexos
Conflitos Interpessoais | Quando as percepções, necessidades, emoções e comportamentos de uma determinada pessoa são vivenciados por outra como inaceitáveis, desencadeando reações e atitudes que podem escalar de uma simples polêmica para escalas mais fortes.
Provoca modificações no modo como as pessoas se percebem, nos sentimentos que nutrem umas pelas outras e no que fazem com palavras e ações umas em relação às outras. |
Conflitos de Poder | A disputa entre egos, com a necessidade de demonstrar quem detém o controle e quem tem o poder de tomar decisões e impor seus pontos de vista na família e na empresa.
Provoca sentimentos de frustração nos herdeiros que participam e não tem suas opiniões e sugestões consideradas. |
Conflitos Geracionais | É oriundo do convívio trans geracional nos ambientes familiar e empresarial, cujos gatilhos são divergências entre princípios, conceitos e formas, além do impulso de preservar e inovar.
Com o alongamento da vida devido qualidade de saúde, tende a aumentar, porque as gerações anteriores ficam mais tempo no comando, reduzindo o espaço para gerações sucessoras expressarem seu pensar, sentir e querer. Nada pode ser mudado porque o sr. “X” ainda está no comando. |
Conflitos Culturais | Surge na definição dos valores primordiais, tanto no sistema familiar, como no empresarial e na maneira como esses valores são transmitidos, podendo provocar um colapso, quando os valores praticados são contraditórios ou incoerentes entre o discurso e a prática.
Pode levar a um embate perigoso entre “o bem e o mal”, envolvendo parentes, ramos familiares ou colisão entre membros da família e profissionais da empresa. |
Os Conflitos em cada Fase do Negócio
Fase 1
Empresa Familiar, quando o fundador ou fundadores estão no comando geral do negócio.
- Imposição de ideias
- Centralização de poder
- Necessidades e expectativas pessoais incompatíveis ou antagônicas
- Insegurança e instabilidade para assumir riscos
- Falta de tempo para os assuntos familiares
Fase 2
Empresas com Gestão Familiar,quando as novas gerações começam a buscar seu espaço e os antigos começam a lidar com as limitações da idade e a dificuldade de desapegar do passado, surgindo o choque de gerações, quanto ao legado, preservação, inovações.
- Diferenciação de intenções entre indivíduos e ramos familiares
- Desalinhamento de autoridade
- Sentimento de alijamento nas decisões e disputa pelo poder
- Ambiguidade e superposição de papéis
- Expectativas versus capacidade para o desempenho dos papéis
- Perda de padrão de vida
Fase 3
Empresas com Governança Familiar,quando a empresa já usa instrumentos de Governança Corporativa, para preservar os bens da família e o negócio se profissionaliza, com conselho de sócios, criação de uma holding outras ferramentas de gestão.
- Acionistas com valores incompatíveis com a identidade da empresa
- Choque de gerações
- Desconfiança e falta de integração entre os níveis de governança
- Déficit de conhecimento, habilidades e atitudes para sustentação da visão de futuro entre familiares que atuam na empresa
Fase 4
Família Empresária,quando já estão profissionalizadas, abriram novos ramos de negócios, formando grupos empresariais bem estruturados e até com atuação internacional, com escala para enfrentar concorrências, governança já incorporada e efetiva, conselhos, algumas com abertura de capital.
- Despreparo para lidar com assuntos práticos da família e dos negócios
- Disputa pela liderança familiar e dos negócios
- Falta de perspectivas e orientação individual para a vida pessoal e profissional
QUAIS OS CAMINHOS PARA UMA GESTÃO FAMILIAR BEM SUCEDIDA ?
Uma gestão familiar bem-sucedida envolve uma série de fatores e desafios únicos, uma vez que a dinâmica familiar pode ser mais complexa do que em empresas não familiares. Aqui estão alguns caminhos importantes para alcançar uma gestão familiar bem-sucedida:
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Comunicação eficaz: Estabelecer uma comunicação clara e aberta entre os membros da família e da empresa é fundamental. Isso envolve a criação de canais de comunicação formais e informais, permitindo que as idéias e preocupações de todos sejam ouvidas.
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Profissionalização: É importante trazer profissionalismo para a gestão familiar. Isso significa tratar a empresa como uma entidade separada, estabelecendo políticas formais, processos de tomada de decisão e critérios de desempenho, evitando misturar questões familiares com assuntos empresariais.
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Sucessão planejada: Ter um plano de sucessão bem pensado é crucial para garantir a continuidade dos negócios. Isso inclui identificar e preparar os futuros líderes da empresa, independentemente de serem membros da família ou não.
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Governança corporativa: Implementar práticas de governança corporativa pode ajudar a garantir a transparência, a prestação de contas e a separação adequada entre propriedade e gestão.
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Definição de papéis e responsabilidades: É importante que cada membro da família tenha um papel claro e definido dentro da empresa, de acordo com suas habilidades e interesses. Evitar conflitos por causa de papéis mal definidos.
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Desenvolvimento contínuo: Incentivar o aprendizado e o desenvolvimento contínuo dos membros da família envolvidos na empresa. Isso pode ser feito por meio de treinamentos, workshops ou programas de mentoria.
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Resolução de conflitos: Conflitos familiares podem surgir, e é importante abordá-los de forma construtiva e profissional. A mediação externa pode ser uma opção quando os problemas são complexos.
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Diversificação de talentos: Não assuma automaticamente que todos os membros da família devem trabalhar na empresa. Em vez disso, traga talentos externos quando necessário para preencher lacunas de habilidades.
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Planejamento financeiro: Separar as finanças pessoais da família das finanças da empresa é essencial. Ter um planejamento financeiro sólido ajuda a evitar problemas financeiros no futuro.
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Cultura organizacional: Desenvolver e manter uma cultura organizacional forte que promova valores compartilhados e um senso de propósito comum entre os membros da família e os funcionários.
Lembre-se de que cada empresa familiar é única, portanto, a abordagem pode variar dependendo das circunstâncias específicas da família e da empresa.
A flexibilidade e a disposição para se adaptar às mudanças são qualidades importantes para a gestão familiar bem-sucedida.
Leia também:
- Consultoria Empresarial facilita sucessão familiar
- Como Melhorar sua Empresa Familiar
- Empresas Familiares Exemplos De Problemas E Suas Soluções Parte 1
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